Pisconight Ensina

Certamente que isto já aconteceu a toda a gente: durante um duche a cortina do chuveiro enfola e aproxima-se de nós, como se houvesse uma corrente de ar, apesar da porta e janela estarem fechadas...

Mas o que se passa? Apesar de colarmos a cortina à banheira molhando a parte de baixo, passado pouquíssimo tempo a cortina torna a enfolar e a colar-se ao nosso corpo. Mas porquê? Estamos na presença de algum fantasma brincalhão?

Será devido à água estar quente origina-se o efeito de chaminé (o comportamento do fumo nas lareiras)? Até podia ser, mas com água fria o resultado é exactamente o mesmo.

Estará o Teorema de Bernoulli por detrás disto? É possível, mas esta teoria não bastante satisfatória pois este efeito é "bastante grosseiro" em termos de análise; é um mero balanço entre as forças de pressão e aceleração, e não leva em conta a presença de gotículas.

Explicação:

David Schmidt, um jovem engenheiro mecânico, professor na Universidade de Massachussets concebeu um modelo de um chuveiro típico e dividiu a área do chuveiro em 50.000 células minúsculas. Correu um programa de software durante duas semanas e chegou a um resultado incrível.

Durante o duche as gotículas de água geram um vórtice e este roda continuamente em torno de um eixo perpendicular à cortina do chuveiro. O centro deste vórtice, tal como o centro de um ciclone, é uma região de baixas pressões, que é o que suga a cortina do chuveiro!!

Para os mais cépticos, que não acreditam que cada vez que tomam um duche gera-se um pequeno ciclone na casa de banho, experimentem ligar a água do chuveiro e passados 30 segundos atirem um pouco de fumo (de cigarro por exemplo) para dentro do chuveiro, certamente que vão ver o fantasma que tem o costume de nos colar a cortina do chuveiro ao corpo.

Conlusão:

Se pretende evitar que a sua cortina não se cole ao seu corpo, não vale a pena diminuir a a temperatura da água, o que pode é comprar uma cortina mais pesada, ou instalar uma cabina de chuveiro ou simplesmente não usar cortina...

Pisconight baseou-se num artigo da revista Ingenium nº92